Thursday, March 27, 2008

Dialogo dos amantes calados



Ela se senta

Pega o leite ainda quente

O despeja no café ardente

Bebe o café

Fica de pé

Sem falar nada

Olha pra mim

E Chora

Grita em silencio

Meu tormento

Não fala nada

Sai pela porta

Calada

Molhada

Mudada

Coloco as mãos na face

E choro

Sem falar nada

Pois em mim não há mais nada

Além de choros e magoas.


Nuno F. Araujo Janeiro de 2007 , Paris, França

Sunday, March 16, 2008

Ninguém sabe de nada, e isso me deixa puto, ninguém sabe o que quer ser quando crescer, mas todos reclamam que estão velhos, ninguém faz nada pra mudar o mundo, mas todos reclamam dele, ninguém diz a verdade, mas todos se auto intitulam honestos, a cada dia que passa eu fico mais puto com o ser humano, nós somos do mundo do ninguém e do mundo do todos, todos nós somos hipócritas, mas ninguém quer aceitar isso, todos nós somos assassinos, mas ninguém quer lavar o sangue das mãos, todos nós somos pederastas pedófilos, mas ninguém quer assumir isso, todos nós traímos, mas ninguém ama de verdade, todos nós merecemos uma boa surra e ninguém quer assumir ser masoquista.