Friday, July 25, 2008

Papillon


Um coração sem você é como

Um bouquet sem flor
Uma flor sem perfume
Um perfume sem odor
Um odor sem poder mais

É uma idéia sem palavra
Uma palavra sem pensamento
Um pensamento sem cérebro
Um cérebro sem passado
É um beijo sem corpo
Um corpo sem alma
Uma alma sem morte
É uma morte sem leito
Uma canção sem inicio
Uma inicio sem historia
Uma historia sem vivencia
Uma vivencia sem memória


É um céu sem espaço
Um espaço sem limite
Um limite sem traço
Um traço sem fim
É um amor sem coração
Um coração sem pulsação
Uma pulsação sem hora
Uma hora sem sensação
Um jardim sem flor
Uma flor sem cor
Uma cor sem pintura
Uma pintura sem autor
É um caminho sem fim
Um fim sem beijo
Um beijo sem alguém

É um sorriso sem boca
Uma boca sem pele
É uma pele sem banho
Um banho sem água
Um presente sem amigo
Um desejo sem berço
Um berço sem nome
Um nome sem dono
Um dono sem amor
É um amor sem coração
São dois corações sem frutos
Como dois frutos sem flor
Como duas flores sem chuva

Tuesday, July 08, 2008

Não tenho o costume de mudar ou repetir ou corrigir textos, mas as criticas foram construtivas ai vai e vamos ver que merda que vai dar..AVISO ESSE TEXTO FOI MODIFICADO.


Apartamento 9

Tinha a espanhola naturalizada que morava em baixo,
Tinha o pai divorciado que me falava de seus filhos,
Tinha a dançarina que chegava tarde da noite,
Tinha o casal de cima que não se entendiam,
Tinha o calhorda que gostava de metallica,
Tinha os garotos que faziam barulho,
Tinha os estudantes que comiam pizza,
Tinha o desconhecido que morava em frente,
Tinha o jazzista, a cantora de opera, o sindico, e o casal idoso,
Tinha o estudante de fora meio perdido naquilo tudo,
Sem saber ao certo quem era quem,
Que se confundia com os nomes,
Que era a atração,
Que sentia atração,
Pela dançarinha que chegava tarde, meio bebada e com dinheiro no bolso,
Que sentia pena,
Do pai divorciado que lia a carta dos seus filhos para ele,
Que sentia raiva,
Da espanhola naturalizada que não gostava de como ele se vestia,
Que batia forte no chão,
Pra calar o calhorda que gostava de metallica,
Que ja tomou uns copos,
Com os garotos que faziam barulho,
Que escutava,
Os gritos em arabe dos estudantes que comiam pizza,
Que escutava as historias,
Do casal idoso do jazzista e da cantora de opera,
Que se identificava,
com o casal de cima que pareciam não se entender, ele os entendia,
Que amava,
a filha do sindico e seus banhos demoradas na janela a frente,
Que lia,
As cartas a muito jogadas ao chão da porta do desconhecido,
E aquele estudante meio perdido naquilo tudo,
Naquelas vidas,
Naqueles apartamentos,
Naqueles mundos,
De dançarinas, jovens, calhordas, jazzistas, cantores , idosos, sindicos, filhas, filhos, casais e desconhecidos,
Naquele mundo a muito distante,
Daquele apartamento numero 9,
Aonde todos os gritos, cartas, acordes, passos, danças, cheiros e amores passaram,
Daquele jovem estudante,
Meio perdido naquela imensidão de mundos,
Meio esquecido,
Que não se lembra dos nomes,
Mas coleciona as suas historias,
9 historias, do apartamento numero 9.